APOSTILA
DE IGREJA EM CÉLULAS
Vivendo
a Comunhão do Primeiro Amor
“E
todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar,
e de anunciar a Jesus, o Cristo.” - Atos 5.42
Primeira
Edição – 07/1997
Segunda
edição – 03/2000- Revisão 2014
Autor:-
Ivo Gomes do Prado – Pastor de Área
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A IGREJA EM
ÉFESO E O PRIMEIRO AMOR
“
Tenho,
porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois,
de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando
não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal,
se não te arrependeres.” Ap 2: 4,5.
À
Igreja da atualidade o Senhor fala as mesmas palavras proferidas à
Igreja de Éfeso, exortando-a à volta do primeiro amor. Aquele mesmo
fervor religioso que a levou em seus dois primeiros anos de vida a
levar a mensagem libertadora do Senhorio de Cristo não apenas a
Éfeso, mas também a toda a província da Ásia (Ásia menor). O
Senhor quer que a Igreja use as mesmas estratégias usadas pela
Igreja em seus princípios. “Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às Igrejas”.
O
apóstolo Paulo tinha muitas preocupações com o trabalho iniciado a
partir de Éfeso, tanto que em seus últimos dias de vida escreve a
Timóteo, o seu amado filho na fé, que se encontrava nessa cidade,
exortando-o em muitas coisas, entre as quais:- "torno a
lembrar-lhe que mantenha viva a chama do dom de Deus que está em
você mediante a imposição de minhas mãos". Reacenda o fogo
Timóteo, reacenda o fogo povo de Deus, não deixemos a tocha se
apagar.
Havemos
de enfrentar muitas oposições nestes tempos finais. Muito em breve
podemos ser proibidos de nos reunir em templos, serão tempos que
teremos se reunir em casas e, muitas vezes, às escondidas. As
Igrejas que não se prepararem com um programa de pequenos grupos
estarão fadadas a desaparecerem, perdendo a sua membresia para
aquelas que se prepararam. Serão tempos de aflição, mas também
serão tempos da “volta ao primeiro amor”, da maior das colheitas
de almas que o mundo já assistiu.
Serão
tempos de preparação da noiva para a volta do Noivo, serão tempos
de Filadélfia.
I. INTRODUÇÃO
As
duas asas
Tal
qual uma ave, também a Igreja necessita de duas asas para voar. A
primeira é a asa dos pequenos grupos caseiros, dos grupos
familiares, chamada de asa comunitária. Essa asa trabalha no varejo
alcançando as pessoas lá onde elas convivem umas com as outras.
A
outra asa, igualmente importante, é chamada de asa da celebração,
da reunião dos pequenos grupos no grande grupo da celebração
semanal. Ela trabalha no atacado, nas grandes colheitas. Os
recém-nascidos são abrigados e amamentados no calor dos berços dos
grupos caseiros. Ali aprendem a falar e a caminhar, recebem os
cuidados ternos até se tornarem jovens aptos a serem também novos
pais para cuidarem com carinho dos nossos netinhos.
As
duas asas para alçarem grandes voos necessitam de uma perfeita
harmonia. Durante cerca de 1.700 anos a Igreja tentou alçar voos com
uma só asa, mas ficou girando em círculos. Mas pela graça de Deus,
hoje podemos novamente alcançar as alturas, as regiões celestiais
propostas por Ele, pois as portas do inferno não nos resistem, de lá
libertamos os cativos e oprimidos para serem remidos pelo sangue do
Cordeiro, Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador.
Trabalhos
de impacto
Todo
servo de Deus, realmente chamado e comissionado para trabalhar na sua
seara,tem o desejo ardente de ver o crescimento do Reino através de
vidas ganhas, arrebatadas das mãos de Satanás. Para isso muitos
trabalhos de impacto têm sido realizados, grandes séries de
conferências com "pregadores famosos", distribuição
farta de literaturas, campanhas e mais campanhas visando ganhar um
grande número de almas em duas ou três noites. A avaliação dos
resultados feita no calor dos acontecimentos tem gerado resultados
aparentemente expressivos. Grande número de pessoas atende os
"apelos" do pregador. Após algum tempo, verifica-se que a
primeira avaliação não correspondia à realidade final. O número
daqueles que permaneceram fiéis, mantendo um compromisso sério com
Cristo, é pequeno. Temos observado serem quase sempre as mesmas
pessoas que vão à frente na hora dos apelos nas diversas Igrejas de
uma mesma cidade. Já se estimou a percentagem em menos de 5% dos
frutos reais desses trabalhos de massa, às vezes um pouco melhorada
com trabalhos de discipulado nos lares.
Trabalhos
em massa e grandes campanhas têm o seu valor, como teve no dia de
Pentecostes quando cerca de 3.000 almas foram alcançadas,
permanecendo fiéis com números próximos a 100%. Havia algo muito
especial que a grande maioria das Igrejas hoje não coloca em
prática, algo esse verificado no ministério de Jesus.
O
impressionante crescimento inicial da Igreja.
Em
tudo o Senhor Jesus foi exemplo para nós nos 3,5 anos de seu
ministério terreno. Ele mesmo liderou um pequeno grupo com 12 homens
do povo, ensinando-os e passando com eles a maior parte do tempo de
seu ministério terreno. Havia comunhão naquele pequeno grupo, os
problemas que surgiam eram expostos e resolvidos, havia transparência
entre eles. Os doze não aprendiam na base da teoria, experimentavam
na prática as lições do dia a dia. Esse pequeno grupo foi o
primeira pequeno grupo (protótipo). Além dos doze, muitas outras
pessoas foram alcançadas chegando esse número a cerca de quinhentos
irmãos (I Cor. 15.6).
Os
judeus já estavam preparados, pois tinham ouvido os ensinamentos,
visto os sinais e maravilhas operadas pelo Mestre, estavam pré
evangelizados. Deste modo vemos os 3.000 do Pentecostes como uma
grande colheita operada por homens cheios do mesmo Espírito que
habitou em Jesus.
O
prosseguimento dessa obra resulta em uma Igreja constituída
essencialmente de pequenos grupos. Reuniam-se nas casas e no templo
dos judeus (Atos 2.46 e 5.42). Em tempos de perseguição dos líderes
judaicos a princípio e do império romano depois, foi praticamente
impossível aos cristãos se reunirem em massa, em grandes
ajuntamentos. Cremos que em certas ocasiões isso acontecia como
quando das visitas de Paulo, dos outros apóstolos e outros líderes.
No cotidiano se reuniam apenas em lares, quase sempre às escondidas,
sendo perseguidos, servindo de espetáculo nos circos romanos,
vivendo nas catacumbas, florestas e lugares ocultos. Mas a Igreja
crescia em números impressionantes, tanto que o próprio império
romano aparentemente foi obrigado a se curvar ao cristianismo. Aí
satanás mudou sua estratégia contra a obra redentora de Jesus.
O
império romano curva-se ao Cristianismo, ou foi o inverso?
Só
nos tempos de Constantino, imperador de Roma, no século III DC é
que os templos vão ser construídos em todo o Império Romano. Pouco
a pouco as festas, costumes e deuses pagãos foram "cristianizados"
tornando-se o "cristianismo" religião oficial do império.
A partir daí novas práticas de culto foram introduzidas e a igreja
"romanizada", foi perdendo a cada dia as suas
características neotestamentárias. São criados o clero e as
liturgias, já não era a mesma Igreja de Jerusalém. Surge aí a
"Igreja Romana".
Nos
dias em que a Igreja chamada "cristã" perde sua verdadeira
identidade, prostituindo-se com os ídolos e práticas greco-romanas
(Idade Média), os pequenos grupos ainda são encontrados através da
história (montanistas, valdenses, menonitas, lolardos, anabatistas,
e outros), permanecendo fiéis, embora marginalizados, e agora
perseguidos não apenas pelo Império, mas também pela religião
oficial e seu clero. Reuniam-se em montanhas, florestas e cavernas
onde muitos viviam perseguidos, massacrados e aniquilados. "Homens
dos quais o mundo não era digno". Não se curvaram a homens,
preferindo antes obedecer a Deus.
A
reforma começa com pequenos grupos
A
reforma religiosa iniciada por Martinho Lutero e prosseguida por
outros reformadores começa com pequenos grupos nos lares. O próprio
Lutero disse:- “Para você crescer na fé, você deve participar de
um grupo pequeno”. Os pietistas, um grupo luterano, reúnem-se até
hoje em pequenos grupos. Wesley também inicia o metodismo em
reuniões caseiras.
As
Igrejas reformadas, entretanto logo se agruparam em templos onde
praticamente todas as reuniões passaram a se realizar. Não
conseguiram se livrar de algumas tradições da Igreja Romana.
Os
pequenos grupos sobrevivem ao comunismo.
Ainda
na antiga União Soviética (Rússia, Polônia, Hungria, Letônia,
etc.) e até hoje na China, com a proibição de reuniões religiosas
pelo regime comunista, os crentes se reuniam nos porões das casas em
pequenos grupos (Igrejas Caseiras ou “a Igreja Subterrânea”).
Hoje a China, mesmo sob o comunismo, é o país de maior crescimento
numérico do evangelho apenas e tão somente através das Igrejas
Caseiras. Estima-se o número de evangélicos em quase 200 milhões,
número parecido com a população de nosso país.
Atualmente
podemos voltar a crescer rapidamente.
No
presente século, principalmente após os anos 50, muitos líderes
preocupados com o crescimento real do reino de Deus, passaram a
estudar, sob a orientação do Espírito Santo, com mais carinho a
Igreja em seu início neotestamentário para conhecerem o segredo de
seu rápido crescimento. Jerusalém alguns anos antes de sua
destruição pelo império romano no ano 70 contava com cerca de 50%
de sua população convertida (quando da destruição os cristãos já
haviam saído de Jerusalém), e em toda a Judeia havia então cerca
de 100.000 cristãos.
Antes
do final do primeiro século praticamente todo o mundo conhecido já
tinha ouvido o evangelho. Convém lembrar que os meios de comunicação
e locomoção eram muito precários quando comparados com os nossos
atuais. Também não existiam seminários teológicos, aprendia-se na
prática do dia a dia, o barulho era extremamente controlado. Nem
mesmo contavam com o Novo Testamento (os evangelhos e as cartas foram
endereçados às Igrejas-Caseiras ou a seus líderes). Hoje nós
temos tudo isso e é claro que devemos usá-los enquanto podemos. No
entanto, a Igreja-Iniciante reunindo-se em lares
gozava da comunhão do primeiro amor, do poder do Espírito Santo e
da compaixão pelas almas perdidas, e isto fazia e faz até hoje a
diferença.
O
tempo dos "grandes servos" de Deus, das "estrelas",
dos "chefões" e "gurus", já era.
Temos
presenciado os movimentos liderados por "grandes evangelistas"
fracassarem não se achando os seus frutos reais. O verdadeiro
evangelista é aquele que vai de casa em casa, de pessoa em pessoa,
individualmente, levando o evangelho de Jesus Cristo com a mensagem
de salvação e libertação.
Jesus
continua a dizer: "A seara é grande, mas os trabalhadores são
poucos. Peçam, pois ao Senhor da seara que envie trabalhadores para
a sua seara" (NVI - Mateus 9.37 e 38). Além de rogarmos, nós
devemos dar oportunidades reais para que os ceifeiros trabalhando
colham frutos em abundância na seara do Mestre.
É
tempo de servos do grande DEUS, SENHOR de nossas vidas, a quem toda
honra, glória e louvor para todo sempre, Amém!
II. TRABALHANDO COM
NÚMEROS
O
jornal Folha de São Paulo publicou em 02/03/98, em reportagem sobre
os planos de atuação dos evangélicos na “Copa da França”, os
números dos evangélicos naquele país:- Atualmente conta com cerca
de 950 mil evangélicos, número esse próximo ao apresentado no ano
de 1670 de 882.000 evangélicos. A revista Vinde de junho/98 mostra
cenas que nos fazem chorar:- a da venda de antigos templos
evangélicos na Inglaterra para outras religiões, por falta absoluta
de frequentadores. Isso mostra uma apatia muito grande e a
necessidade de um avivamento com mudança de métodos e a volta à
comunhão do primeiro amor.
Monte
um quadro com o crescimento de sua Igreja local nos cinco últimos
anos:-
ANO
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NOVOS (SÓ BATISMOS)
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EXCLUÍDOS
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TOTAL FINAL DO ANO
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2009
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2010
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2011
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2012
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2013
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|
|
Do
total final apresentado no último ano deduza todos os membros que
não têm comunhão efetiva com a Igreja e não são compromissados
com Cristo. Após essa atualização calcule o crescimento percentual
nos últimos 05 anos. Agora se pergunte:- Esse crescimento tem
agradado a Deus? Está dentro dos padrões neotestamentários?
Muitas
Igrejas, incapazes de gerar novas ovelhas, têm seu crescimento
baseado em “pescar no aquário” de outras Igrejas. Isso na
verdade não representa crescimento do Reino de Deus e sim inchaço.
Outras têm sua ênfase apenas na “qualidade”, esquecendo-se que
biblicamente qualidade sempre se reverte em quantidade. A quantidade
bem trabalhada, instruída na Palavra e treinada , logo se torna
qualidade que dá frutos em abundância. Na realidade, o que gera
frutos é a santidade, conforme diz o verso abaixo:
Atos
2.47 B - “E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo
salvos.”
III. AS IGREJAS EM
PEQUENOS GRUPOS NA ÉPOCA ATUAL
Relacionamos
algumas Igrejas em pequenos grupos que são do nosso conhecimento. Os
números de membros/discípulos das mesmas certamente já se
encontram desatualizados face ao grande crescimento.
Seul -
Coréia do Sul
A maior divulgação de
Igreja em grupos pequeno no presente século nos vem de Seul, capital
da Coréia do Sul, onde o Pastor David (Paul) Young Cho implantou no
ano de 1964 o sistema de reuniões nos lares denominando-os de Grupos
Familiares. Seu rol de membros era composto de cerca de 2.400
membros. Seu crescimento foi impressionante, conforme os dados que
compilamos abaixo:-
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Em 1964 contavam com 2.400 membros
-
Em 1972 passaram para 18.000 membros
-
Em 1980 já eram 150.000 membros
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Em 1982 atingiram - 300.000 membros
-
Em 1993 chegaram a 700.000 membros com 51.000 líderes
-
Atualmente já passam de 1.000.000 membros
Essa
Igreja e seu pastor trabalham com alvos, sempre arrojados colocados
em oração diante do Senhor que os tem honrado em sua fé e
trabalho. O Pastor Cho escreve em seu livro Oração Eficaz, pág
54:- "Não temos grandes festas nem grandes concentrações
evangelísticas para ganhar almas, mas de modo muito silencioso,
almas estão sendo salvas todos os dias. A mesma obra pode ser
realizada em qualquer lugar do mundo inteiro".
Em
entrevista concedida à revista Videira do mês de fevereiro/2000,
respondendo a pergunta: "Quais são os objetivos da Igreja do
Evangelho Pleno de Yoido? Há intenção de conquistar todos os
países asiáticos?" o Pastor Cho modelo de grupos familiares.
Nós iremos fazer o melhor para compartilhar as bênçãos de Deus na
Ásia e pelo mundo afora". A Igreja do Evangelho Pleno faz parte
das Assembleias de Deus.
Nesse
país muitas Igrejas de diversas denominações também têm adotado
o movimento de Igreja em pequenos grupos, o que tem elevado o número
de evangélicos na capital Seul a quase 50% dos habitantes e na
Coreia a mais de 40%. Hoje, as duas maiores Igrejas Presbiterianas do
mundo, juntamente com a maior Congregação Metodista do mundo, são
Igrejas em pequenos grupos na cidade de Seul, além de outra da
Assembleia de Deus e uma Batista, todas com mais de 80.000 membros.
Sobre
o trabalho presbiteriano na Coreia do Sul leia o artigo do seguinte
site:
http://ywuwuh.blogspot.com.br/2014/03/o-crescimento-da-igreja-presbiteriana.html
Ralph
W. Neighbour Jr.
O
pastor Ralph certamente é um apóstolo de Cristo em nossos dias.
Totalmente desiludido com a estrutura da Igreja tradicional onde as
Igrejas viviam estagnadas e pouco atingiam o mundo descrente, recebeu
o chamado do Senhor para uma obra especial e não hesitou em
cumpri-lo, embora houvesse um preço a ser pago. Ele se lançou na
experiência pioneira de começar um tipo de Igreja diferente em
Houston, Texas. Não sabia que os mesmos métodos e estruturas
estavam sendo elaborados e usados em outras Igrejas ao redor do
mundo, ainda não sabia que a maior Igreja da história cristã
estava se iniciando nos arredores de Seul, Coreia do Sul. Embora
tenha passado alguns anos tentando reformar as velhas estruturas,
baseadas mais no estilo do Velho Testamento do que do Novo, chegou à
conclusão de ser isso impossível. Jesus já dissera que "não
se põe vinho novo em odres velhos".
A
Igreja estagnada precisa primeiro trocar os odres velhos por novos.
As estruturas baseadas em homens e programas precisavam ser trocadas
pela estrutura dos odres novos deixada por Jesus. Dr. Ralph tem
liderado o movimento de Igrejas em s ao redor do mundo, tendo
elaborado juntamente com diversos obreiros e Igrejas as bases atuais
das Igrejas em pequenos grupos. Tem divulgado essa mensagem em
conferências pelo mundo todo e também através de várias
literaturas.
Além
de liderar o movimento de Igrejas em pequenos grupos nos Estados
Unidos e em diversos países, tem-no implantado em várias nações
não alcançadas. Com tantas atividades, ainda realiza evangelismo
pessoal, não só em sua cidade, mas também onde realiza as
conferências no mundo todo. O Dr. Ralph é pastor batista.
Costa
do Marfim
Também
no continente africano, na Costa do Marfim a Primeira Igreja Batista
a capital (Igreja local) liderada pelo pastor Dion Robert que através
de Igreja em s conta com mais de 150.000 membros, influenciando e
abençoando aquela nação.
Cingapura
No
ano de 1997 pudemos assistir na cidade de Londrina (PR) o pastor
Lawrence Khong falando sobre o crescimento explosivo da Igreja
Batista Comunidade da Fé em Cingapura. Caminham na bênção do
Senhor para o alvo de um grupo familiar
em cada quarteirão da cidade/nação. Cingapura é composta de
muitos condomínios verticais.Cingapura é uma ilha de apenas 641
km2. Situada ao sul da Malásia no mar da China com uma população
de 3,4 milhões de habitantes na sua maioria de origem chinesa, o
idioma
predominante é o inglês e o PIB um dos mais altos do mundo.
Essa
Igreja tem implantado vários grupos familiares em países como a
Rússia, Hong Kong, Taiwan, Cazaquistão, China, Indonésia,
Filipinas e outras regiões dentro da "janela 10/40". O
próprio pastor Khong nos disse que estaria deixando em breve a
direção da Igreja local para dedicar-se à tarefa de implantar
Igrejas em grupos familiares em países não alcançados.
China
Ainda na China, país até hoje comunista, onde o evangelho além de
proibido é perseguido, conta com um número muito grande de Igrejas
em s que subsistem na marginalidade. Os números estatísticos são
impossíveis de serem obtidos, no entanto, as informações dão
conta de um crescimento impressionante, o maior crescimento numérico
da Igreja em toda a sua história. O Pr. Bem Wong, de Hong Kon, na
China, em entrevista à Revista Videira de agosto de 2000, disse que
na China Continental (Comunista) cerca de
10% da população, ou 150 milhões de pessoas eram evangélicas.
Essa percentagem há muito foi ultrapassada de acordo com as últimas
informações.
Os
cristãos chineses não contam com Igrejas constituídas, com
seminários ou
ministérios
regulares como nós conhecemos. Pouquíssimas pessoas têm um
exemplar da Bíblia, cuja impressão e venda são proibidas. Muitos
têm algumas páginas ou cópias à mão de partes do texto bíblico.
Mesmo assim são fiéis, obedecendo ao mandado de Deus, tendo o poder
do Espírito Santo no dia a dia de suas vidas. Contam com as Igrejas
em grupos familiares que sobrevivem até as mais terríveis
perseguições.
Bogotá
A
cidade de Bogotá na Colômbia foi abalada por uma Igreja em células
(Igreja local), dirigida pelo Pr. César Castellanos Domingues que
tem cerca de 25 mil células onde se reúnem mais de 250 mil pessoas
alcançadas pelo amor do Senhor Jesus Cristo. Essa Igreja era
composta há alguns anos por 300 membros. O pastor Castellanos
trabalha no Modelo dos 12. Deixamos de dar mais informações sobre
esse ministério em virtude das muitas dissenções e divisões
havidas, de modo semelhante a que esse modelo experimentou no Brasil.
No Brasil o M-12 dividiu-se em vários segmentos devido às divisões
de suas lideranças que resultou no fracassado G-12 instituído pelo
Pr. Renê TerraNova do MIR em Manaus. Terranova se auto proclamou
como apóstolo, pai-apóstolo e patriarca.
Também
diversos outros líderes seus foram ordenados apóstolos e apóstolas.
O que se apresentava como sendo muito bom a princípio, devido à
ganância de muitas lideranças acabou sendo prejudicando o trabalho
de pequenos grupos tanto em nosso país, como em toda a América
Latina. Eu acompanhei de muito de perto esse movimento. Fico triste
com a grande decepção que experimentei com esses líderes
relacionados. Atualmente é que vejo novamente muitas Igrejas locais
voltando os seus olhos para o trabalho das igrejas nos lares.
El
Salvador
A
Missão Elim iniciou em 1977, quando o pastor Sérgio Solorzano foi
chamado da Guatemala para iniciar um trabalho em San Salvador junto
com outros nove irmãos e irmãs. Em sete anos, a igreja cresceu para
três mil membros, usando a estrutura tradicional da igreja. Em 1985,
Solorzano visitou o congresso de crescimento da igreja em Seul. Na
volta, ele mudou todo o trabalho da sua igreja para a estrutura
baseada em pequenos grupos. Em 2002 havia mais de 120 mil membros na
igreja central, além de igrejas-filhas em vários países. Essa
igreja tem dois encontros dos grupos familiares semanais, um para
edificação e outro para evangelismo.
Outros
países
Da
África do Sul recebemos notícias através de obreiros e obreiras
que
nossa
cidade na década de 90 em palestras organizadas pela MISPA.
Relataram o grande crescimento das muitas Igrejas desse país que
adotaram grupos familiares.
Poderíamos
ainda enumerar outros países como a Etiópia, Japão, Comunidade dos
Estados Independentes (parte da antiga União Soviética, inclusive a
Rússia), Austrália e o próprio Estados Unidos, em que as Igrejas
em pequenos grupos têm alcançado silenciosamente um número muito
de grande de pessoas para o Reino de Jesus.
Os
que têm acesso à Internet podem acessar um grande número de sites
de ministérios existentes pelo mundo. Veja abaixo o capítulo de
Igreja em células na Internet.
Brasil
No
Brasil, um dos grandes entusiastas desse trabalho é o Pastor Robert
M. Lay, da Igreja Irmãos Menonitas de Curitiba (PR). Além de ser um
estudioso do assunto, tem visitado várias Igrejas no mundo,
aprendendo e passando para nós em seminários e palestras o que tem
aprendido. A Igreja pastoreada por ele está tendo um crescimento
muito grande após a implantação de Igreja em células.
http://www.celulas.com.br/
Em
nossa nação já é grande o número de Igrejas que abraçaram a
visão de Igrejas em em pequenos grupos. Entre elas destacamos:
Igreja
da Paz (dados do ano 2002), na cidade de Santarém (PA), na margem
sul do Rio Amazonas. Tem como líder o pastor Abrahão (Abe) Hubber,
obreiro muito dinâmico que tem levado à sua região um grande e
poderoso avivamento. O seu ministério conta atualmente com 21
igrejas na cidade de Santarém e 150 igrejas na região, todas
geradas por seu ministério de poucos anos, além de um grande número
de igrejas nas regiões Norte e Nordeste, todas em grupos familiares
e no modelo MDA (Método de Discipulado Apostólico). O forte desse
ministério é o discipulado pessoal. Além das s familiares, há as
micro células de discipulado e treinamento. Conta ainda com um
grande trabalho social na região amazônica, principalmente nas
regiões ribeirinhas onde possui mais de 70 barcos. Tem o alvo de
alcançarem só na cidade de Santarém neste ano (2000) duas mil
células familiares que multiplicadas pela média mínima de dez
pessoas, totalizará o número de 20.000 membros. Têm ainda o alvo
de em curto prazo totalizarem o número de 100.000 membros, ou seja
50% da população de Santarém.
Atualmente
o Pr. Abe está com seu ministério na cidade do Recife onde seu
trabalho tem se desenvolvido com graça abundante. Mais informações
em
http://www.igrejadapaz.com.br/fortaleza/
Também
da Igreja Batista da Lagoinha, berço do movimento de renovação
espiritual no Brasil, tem adotado grupos familiares. http://www.lagoinha.com/
Temos
também notícias de várias outras Igrejas e Comunidades, inclusive
muitas Igrejas Batistas:
Primeira de Campo Grande (MS) http://www.primeirabatista.org.br/
Palavra Viva
no Alto da Lapa SP – Pr. Lamartine, da Água Branca http://www.ibpv.org.br/visao_celular/estudos/principal.php
Batista da Água Branca em São Paulo - Pr. Ed
René - http://ibab.com.br/
Primeira Igreja Batista do Brasil em Salvador, Presbiterianas e Metodistas, que
têm adotado a visão, além de se renovarem para a obra do Senhor
SEPAL
A
visão dos pequenos grupos tem sido muito divulgada nos seminários
promovidos pela SEPAL (Serviço de Evangelização Para a América
Latina), despertando e motivando pastores e líderes para a grande
obra do Senhor de arrebatar das mãos do “inimigo” as vidas que
hão de se salvar. http://sepal.org.br/
Destacamos
nesse trabalho o Pr. David Kornfield que tem elaborado o Modelo de
Igreja de células. O Pr. David Kornfield falará aos pastores e
líderes da IPRB no dia 14 de dezembro deste ano (2011) na palestra
“Pastoreio de Pastores”. Vide a convocação no site
ttp://www.iprb.org.br/noticiastextos/
not_eventos/2011/Diret_Admin_convocacao.htm#PASTOREIO_DE_PASTORES
Igrejas
Tradicionais MBP e Igrejas em grupos familiares.
As Igrejas no Modelo Baseado apenas em Programas (MBP) têm conseguido
crescer até um patamar pequeno. Os números dão conta que 67% das
Igrejas tradicionais MBP param de crescer ao atingirem de 50 a 150
membros. 28% estacionam em 350 membros. Apenas 5% conseguem chegar a
1.000 ou 2.000 membros quando seus pastores são super
administradores contando com grande equipe ministerial. Qual a causa
dessa limitação?
Com as atividades centralizadas nos templos (edifícios) e em
especialistas (dirigentes de programas), as pessoas não são
alcançadas lá onde se encontram, necessitadas e sedentas do amor de
Cristo. Apenas três Igrejas MBP no mundo atingiram 20.000 membros
conforme dados do ano 2003, enquanto que mais de 20 Igrejas em grupos
familiares no mundo atingem mais de 40.000 membros, como algumas
já comentadas por nós. Muitas outras, mais do que se imagina, estão caminhando
rapidamente para aumentar em muito essa marca, para o crescimento do
Reino de nosso Senhor.
Você
pode perguntar:- Por que essa preocupação toda com o crescimento da
Igreja? E a resposta nos vem dos dados do crescimento da população
mundial: Desde a criação do homem até o ano 1.800 DC (cerca de
5.800 anos) o mundo atingiu 1 bilhão de pessoas, mais cem anos
(1900) atingiu 2 bilhões, atualmente já passamos dos 6,5 bilhões.
Soma-se o fato que mais da metade da população do mundo nunca ouviu
o nome: Jesus Cristo. Será que vamos esperar que os anjos venham
testemunhar da salvação? Nós somos os atalaias do Senhor,
preparemos a sua volta. As grandes ondas de avivamento provocadas
pela chegada do barco de Jesus nos têm atingido. A maré alta, a
mais alta de todas se aproxima, só falta o mundo todo ouvir o
evangelho do Senhor e esse trabalho as igrejas em grupos familiares
estão realizando. Breve o barco de Cristo atracará no nosso Porto.
IV. BASES
BÍBLICAS PARA IGREJA EM GRUPOS FAMILIARES.
Jetro,
cheio de sabedoria, observou que seu genro Moisés passava
praticamente o tempo todo julgando e resolvendo as questões do povo
hebreu, o que lhe era tremendamente estafante. Não restava a Moisés
tempo nem forças para outras atividades também importantes como a
convivência familiar. Aconselhou-o então a dividir o povo em
pequenos grupos com chefes de mil, de cem, de cinquenta e de dez para
que resolvessem as questões básicas do povo. Moisés pode então
exercer uma liderança eficaz entre o povo. Nem por isso Moisés
perdeu poder, ao contrário, ele cresceu ainda mais (Êxodo 18. 1 a
27).
O
ministério de Jesus foi o exeplo de um pequeno grupo. Liderou por
cerca de 3,5 anos um grupo básico de 12 pessoas e estes, após o
Pentecostes, multiplicando-se mudaram a história do mundo e a nossa
sorte.
No
capítulo 16 da carta de Paulo aos romanos ele faz recomendações e
saudações a vários líderes dirigentes de igrejas caseiras,
conhecidos e treinados por ele na Ásia, inclusive mulheres
(Priscila e Áquila, Epêneto, Maria, Andrônica e Junia, Urbano,
Trifena e Trifosa, Pérside, Júlia e outros, além de Febe). Cita
ainda nominalmente 05 igrejas caseiras (versos 5, 10, 11, 14 e 15).
Outras
citações:- I Coríntios. 16.19, Gálatas 1.2, Filipenses 4.22,
Colossenses 4.15, II Timóteo 4.19, Filemon 2, etc.
Não
nos surpreende que as "igrejas caseiras"
tornaram-se
o ponto chave no crescimento do evangelho e da fé cristã.
V. O QUE É UMA
IGREJA EM GRUPOS FAMILIARES OU CÉLULAS?
O
nome é usado em virtude de seu crescimento ser similar ao das
células de um corpo humano em crescimento. Uma criança cresce pela
multiplicação constante das células de seu corpo. A falta de
crescimento indica que alguma coisa está errada e necessita de
correção. Assim uma Igreja também deve ter crescimento pela
multiplicação rápida de suas células (grupos familiares) e só
parar de crescer quando estiver madura e pronta para as bodas do
Cordeiro, no arrebatamento.
Os
grupos familiares se constituem prioridade sobre programas e
ministérios. O louvor dos cultos de celebração são conduzidos
pelas lideranças dos grupos familiares. É nos grupos familiares que
as pessoas são atendidas em suas necessidades físicas e
espirituais. Necessitados recebem beneficência, os feridos e
traumatizados a cura, laços conjugais são restaurados. Os programas
de entretenimento dão lugar a campanhas de evangelismo pessoal e
eventos de colheita de almas preciosas.
1.
O que não são grupos familiares :-
•
Não são cópias de
cultos:- Não é mais um culto realizado nas casas dos irmãos, onde
uma ou duas pessoas dirigem tudo e as demais ouvem passivamente. Nas
Igrejas de Programas apenas um pequeno grupo de no máximo 10 a 15%
desempenham todas as tarefas, nada sobrando para os demais. Já
quando os grupos familiares são implantados as oportunidades são
muito amplas.
•
Não são "Koinonites",
ou reuniões de clubes fechados onde os membros perdem a visão da
Grande Comissão:- "Ide (ou indo) por todo o mundo, pregai o
evangelho a toda a criatura", do ganhar almas para o reino de
Deus, procurando apenas a "edificação e comunhão próprias".
Muitas vezes procuram só se aprofundar napalavra, como fazem as
"organizações de treinamento", tais quais "tatus"
se aprofundam e somem na terra, como diz o Pr. Roberto Lay.
•
Não são "igrejinhas",
competindo com os outros grupos, "roubando-lhes" os membros,
e chegando o momento de se subdividir para a multiplicação do corpo
de Cristo, recusam-se alegando vários motivos.
•
Não são mais um
programa da igreja. São a vida da própria Igreja ganhando
almas
lá onde elas estão.
2.
O que são grupos familiares ou células :-
•
São os pequenos grupos
se reunindo, nos lares principalmente ou em outros lugares
pré-determinados, onde o líder é o que serve coordenando
(facilitando) os trabalhos, que contam com a participação de todos,
onde estão presentes os fatores a seguir:-
• São grupos de encontro em comunhão (koinonia) onde podemos abrir os
nossos corações para ajudarmos e recebermos ajuda, onde todos se
conhecem e se amam. A solidão é um dos grandes males da humanidade
e em nossas comunidades também encontramos pessoas solitárias. Vêm
aos cultos entram, sentam-se, ouvem, às vezes cantam, outras vezes
até recebem orações, levantam-se, vão embora e rapidamente estão
vazios e solitários novamente. Em um grupo familiares saudável isso
não acontece, pois há comunhão entre as pessoas, todas se conhecem
e se amam como são. Podemos abrir nossos corações, contar nossas
frustrações e anseios para recebermos ajuda ministrando-nos
mutuamente, quebrando as fortalezas do "inimigo". Não
somos mais anônimos, cumprindo-se o "Amai-vos uns aos
outros".
• São grupos de exaltação:- nós fomos criados para exaltar e adorar a
Deus, e
sabemos
que "Deus habita no meio dos louvores", e a adoração é
levada a todas as partes da cidade através de nossa palavra, orações
e cânticos.
• São grupos de edificação que estuda a palavra de Deus através de
reflexões
semanais
baseadas na mensagem pastoral do culto de celebração de domingo à
noite. São reproduzidas, distribuídas a cada participante e
estudadas item a item sob a coordenação do líder e participação
de todos. Ao contrário dos cultos dominicais, todos têm
oportunidade de participar. Todos são discipulados em estudos
complementares da Palavra semanalmente nos grupos familiares, no
templo e em seminários intensivos.
• São grupos de evangelismo. Todos se esforçam para levar outras pessoas
necessitadas
e problemáticas para ouvirem a mensagem de libertação e salvação
em Jesus Cristo, nosso Senhor. Todos temos o nosso OIKÓS (família e
círculo de amizades), por eles oramos preparando-nos para levar-lhes
a mensagem do amor de Deus. Todos se alegram quando chega a hora de
subdividir, ou melhor, multiplicar o grupo, pois entendem que o mesmo
está cumprindo fielmente a sua finalidade:- a de engrandecer o REINO
DE DEUS na terra, abrindo-se mais uma frente onde o Senhor há de
atuar. Nessa tarefa um grupo ajuda o outro e todos se ajudam
mutuamente em amor.
• É
o cumprimento da "Grande Comissão". Jesus, antes de
ascender aos céus,
deixou-nos
uma grande comissão:- "Ide por todo o mundo e pregai o
evangelho a toda criatura", ou como diz a versão NVI:- "Vão
pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas"
(Marcos 16:15). Os bandidos e marginais gostam muito quando os
policiais permanecem em seus quartéis em reuniões, treinamentos,
exercícios e serviços burocráticos, pois têm plena liberdade de
ação.
Quando
os policiais desempenham suas funções nas ruas, os "fora-da-lei"
são
capturados
e encarcerados. Assim também acontece com o espiritual, ficamos
muitas vezes nos reunindo, treinando, exercitando, organizando
grandes "correntes", campanhas e orando pedindo a Deus que
os pecadores venham para dentro das Igrejas para serem salvos. A
Palavra de Deus nos diz para irmos levar a pregação do evangelho lá
onde as pessoas estão, sedentas e famintas, fazendo-os discípulos
de Jesus. Os bandidos (demônios) tremem de medo quando a Igreja
cumpre o mandado do Senhor literalmente. Todos já somos capacitados
para essa tarefa, temos recebido do Espírito Santo o poder do Alto
para sermos testemunhas verdadeiras do evangelho.
VI. IMPLANTAÇÃO
E MODELOS DE IGREJA EM GRUPOS FAMILIARES.
A
implantação e funcionamento de toda uma Igreja com a participação
de 100% dos membros, com a mudança dos trabalhos regulares de uma
Igreja, não pode e nem deve ser feita de um dia para o outro. Há
etapas que devem ser cumpridas, para se mudar a cultura e os
paradigmas de um modelo de Igreja Baseada apenas em Programas (IBP)
que nós temos herdado. Avalia-se em cerca de três a quatro anos o
tempo de transição.
As
igrejas têm demorado cerca de três anos para começar a colher com
abundância os frutos da transição, tempo esse que coincide com o
tempo terreno do ministério do Senhor Jesus Cristo.
A
pessoa chave para a implantação é o pastor presidente da Igreja.
Este deve estar à frente e ter a visão neotestamentária contida
nos evangelhos, livro de Atos dos Apóstolos e epístolas paulinas,
de grupos familiares, fazendo ainda a leitura dos livros e
literaturas sobre o assunto, conhecendo Igrejas onde o sistema tem
sido uma bênção e participando de seminários sobre o assunto
Fazemos
abaixo uma breve descrição de alguns modelos que estão sendo
usados entre nós. Devemos enfatizar que os modelos são estratégias
para se levar a salvação aos não alcançados. Não devemos, nem
podemos fazer dos modelos doutrinas e legalismos.
Cinco
Por Cinco
Constitui-se
a base dos grupos familiares e do trabalho em células implantado
pelo Pr. Ralph W. Neighbour Jr. As nomenclaturas são alteradas de
acordo com os padrões e conceitos a serem colocados em prática de
acordo com o pastor presidente e o Conselho da Igreja.
1.
Líderes. Cada grupo familiar conta com um líder e um auxiliar
(líder em treinamento também chamado por alguns de Timóteo),
devidamente treinados, que coordenam as atividades semanais. O líder
tem autoridade delegada através do pastor-presidente para exercer as
suas funções. É subordinado a um supervisor ao qual deverá
prestar contas de suas atividades, participando das reuniões
mensais. Semanalmente, preferencialmente até as terças-feiras,
recebe da secretaria o malote que contém todo o material necessário
para a semana, inclusive o estudo a ser ministrado baseado na palavra
pastoral do domingo à noite. O malote deverá ser devolvido à
secretaria até o final da semana, lacrado e contendo os envelopes
com os dízimos e ofertas quando implantado esse item,
relatórios preenchidos, cadastramento de membros e observações
sobre falta de material e diversos.
2.
Supervisores. Para cada quatro ou cinco grupos familiares há um
supervisor. São escolhidos dentre os líderes e recebem autoridade
para ministrarem aos líderes e auxiliares a eles designados. Devem
visitar cada grupo familiar sob sua supervisão uma vez por mês,
verificando, aconselhando e incentivando os líderes e participantes.
Não devem visitar grupos subordinadas a outros supervisores, nem
ministrarem a outros líderes. Participam mensalmente das reuniões
de avaliação com o seu pastor de área e na semana seguinte com
seus liderados. Prestam contas de suas atividades através de
relatórios. Devem membrar-se a um grupo familiar. .
3.
Pastores-de-área. Também para cada quatro ou cinco supervisores
há um pastor-de-área,
também designado dentre os supervisores. Estes ministram os supervisores
realizando reuniões mensais de avaliação, instrução e apoio.
Recebem do pastor-de-distrito, na falta deste, do pastor-presidente,
os relatórios condensados e estatísticas que, depois de comentados,
são levados aos supervisores. Devem participar das reuniões dos
supervisores com seus líderes e visitarem semanalmente grupos
familares de sua área, principalmente em suas reuniões iniciais. As
visitas devem ser rápidas, indo-se a vários grupos familiar num
mesmo dia. Nessas visitas o pastor-de-área leva uma mensagem de
apoio e estímulo aos líderes e pessoas presentes, e uma oração
abençoando-os. Devem se arrolar a um grupo familiar na condição de
membro .
4.
Pastores-de-distrito. A cada quatro ou cinco pastores de área
ainda haverá um pastor-de-distrito que, juntos com o
pastor-presidente, devem planejar e estruturar todas as atividades da
Igreja em grupos familiares.
Igreja
de Células
"Comparando
a Igreja com células, a Igreja de células (MAPI) e a Igreja em
células (IEC) Existem grandes similaridades entre o MAPI (Ministério
de Apoio para Pastores e Igrejas em células ou grupos familiares -
Pr. David Kornonfield) e a IEC (Igreja em células) liderado por
Roberto Lay de Curitiba. Muitos deles seguem abaixo:
1.
Compartilhamos uma visão da importância da igreja em miniatura, uma
igreja vivenciada em grupos pequenos voltando a uma eclesiologia que
reflete o livro de Atos.
2.
Temos a visão que a igreja vivenciada em grupos pequenos é a
espinha dorsal da igreja saudável.
3.
Compartilhamos a convicção que mudança permanente de pessoas e de
igrejas começa com ouvir a Deus e com a transformação de valores.
4.
Temos o compromisso de ganhar o país para Cristo através de
mobilizar todas as igrejas, numa visão inter- e transdenominacional.
5.
Nós nos enxergamos como um movimento e não uma instituição,
organização ou denominação.
6.
Temos uma ênfase evangelística baseada em células ou grupos
familiares tanto nos GFPs como com os GFEs (grupos familiares
evangelísticos que a IEC chama de grupos de interesse). A IEC
acrescenta a ideia de eventos de colheita planejados por um grupo
familiar ou a igreja inteira.
7.
Formamos uma rede de igrejas e pastores com a mesma visão,
oferecendo um apoio para os pastores (pelo menos aconselhamento e
comunhão).
8.
Queremos levantar igrejas modelos que possam ser pontos referenciais
para
outros
pastores e igrejas.
9.
Temos muitos valores centrais em comum. Por exemplo: treinamento
contínuo, todo membro um ministro, interdependência (mútua
prestação de contas), equipando os santos, formação bíblica e
prática (transformação vs informação).
Nota:-
Os
obreiros são formados e forjados dentro da estrutura de Igreja em
grupos
familiares
e têm a unção ou capacitação do Alto. Convém salientar que as
estruturas e modelos de Igrejas com grupos familiares contam com
treinamentos teóricos e práticos específicos aos líderes,
supervisores e pastores. Nenhum obreiro é colocado em sua posição
sem passar por esses treinamentos e sem ter apresentado os méritos
das multiplicações e conquistas de vidas que foram alcançadas para
o Senhorio de Jesus Cristo. Todos somos discípulos que geram novos
discípulos iguais ao Mestre. Isso é viver na comunhão do primeiro
amor.
VII.
FUNCIONAMENTO DE UMA IGREJA EM GRUPOS FAMILIARES
O
padrão que temos usado é o descrito abaixo:-
1.
Cada grupo familiar conta com um líder que coordena o trabalho
semanal como facilitador. O líder está sempre coordenando e
facilitando a vida da grupos familiares. Não devem ser convidadas
outras pessoas, por mais "ungidas/consagradas" que sejam,
para dirigirem a palavra. O líder tem a unção de Deus para a
direção da mesma.
2.
O tempo de duração das reuniões semanais deve ser de 1 hora a uma
hora e meia. As reuniões noturnas deverão se encerrar no mais
tardar às 21,30 horas, em respeito às famílias que cedem seus
lares, aos seus vizinhos e às pessoas presentes. Quando as reuniões
são muito prolongadas os visitantes não voltam para as próximas
reuniões. Alcançá-los é a nossa grande missão. Não se deve
retardar o início dos trabalhos à espera de qualquer pessoa, por
"mais importante" que seja. Após a reunião deve-se evitar
os "comes e bebes".
3.
A divisão do tempo deve obedecer ao seguinte padrão, algumas vezes
alterado pelas circunstâncias e pela atuação do Espírito Santo,
não devendo, no entanto, isto ser usado de pretexto para a alteração
do modelo constantemente:-
•
Encontro (10
minutos):- Também chamado de "quebra-gelo". É o início
das
reuniões
quando as pessoas se encontram, cumprimentam-se e conversam, é o
bem-vindo. O líder toma a palavra e lança uma pergunta para
facilitar a
descontração
do grupo e promover seu nivelamento emocional.
•
Exaltação (10
minutos):- Momento do louvor e adoração. Lê-se uma passagem
bíblica de exaltação ao Senhor, alguns cânticos são entoados por
todos. Inicia-se com cânticos de louvor (exaltação ao Senhor pelo
que nos tem feito) e termina-se com cânticos de adoração
(exaltação ao Senhor pelo que Ele é). Tem-se a oportunidade
dirigir a Deus palavras de exaltação ao seu Nome. Nesses momentos o
Senhor tem-se manifestado derramando o Seu poder e graça. Há um
crescimento espiritual da reunião preparando as pessoas para o
momento da edificação.
•
Edificação (35
minutos):- Momento de comentar-se a Palavra. Com base na
mensagem
pastoral do culto de celebração no domingo, são feitas três
perguntas das quais os participantes vão tirar lições práticas
para o dia-a-dia e aprofundar seu conteúdo.
•
Evangelismo (10
minutos):- É a hora de colocarmos o nosso Oikós (nosso círculo de
amizades e familiares) diante do Senhor. Contamos nossas experiências
de evangelismo pessoal e planejamos as estratégias para alcançarmos
outras pessoas através do nosso testemunho pessoal. Coloca-se uma
cadeira vazia no centro tendo o alvo de vê-la ocupado na próxima
reunião. Os novos alcançados são avisados dos dias e horas dos
cursos de discipulado individuais. Após, em grupos de 03 pessoas
oramos pelas necessidades pessoais, encerrando-se a reunião.
4. O
ambiente da reunião do grupo familiar deve ser informal, isto é
todos se assentando em círculo, incluindo o líder, e participando
igualmente. O líder, ou outro participante, não deve monopolizar as
atenções.
• 5.
Os testemunhos são importantes, pois nos fortalecem, mas devem ser
breves e sem rodeios, não excedendo a 3 minutos. Cada semana deve
ser apresentado um testemunho, variando-se as pessoas.
6.
As reuniões dos grupos familiares têm a unção do Espírito Santo.
Muitos milagres acontecem, vidas são alcançadas e transformadas,
pessoas são cheias do Espírito Santo e usadas em dons e
ministérios.
7.
Deve-se estimular os presentes a comparecerem aos Encontros de
Celebração, na Igreja-Sede.
8.
Deve-se evitar que haja programas competindo com as reuniões
semanais dos grupos familiares. Nenhuma outra reunião, ensaio,
comemoração ou programação são mais importantes. Os grupos
familiares devem ter a essência da vida da Igreja.
9.
A quantidade ideal de membros dos grupos familiares é de 06 a 12
membros. Nos grupos de multiplicação ou grupos novos, quando o
grupo contar com 12 pessoas arroladas, deverá ser subdividido, ou
melhor, multiplicado, facilitando a comunhão, o aprendizado e a
atenção aos não membros e visitantes. O ideal seria formar novos
grupos familiares com 06 pessoas cada.
10.
Após o período de transição, o número total de membros da Igreja
poderá ser soma de todos os membros dos grupos familiares, não
sendo esta uma regra rígida.
11.
Não há critério rígido para se membrar em um grupo familiar.
Podem ser:-
geográfico,
de grupos de interesse, de ministérios. Em vários ministérios há
uma diversidade na formação dos grupos familiares, não havendo um
padrão único. Os adolescentes e jovens têm seus grupos próprios.
As crianças participam dos grupos familiares com seus pais,
separando-se para o estudo apropriado no momento próprio que são
liderados pelos pais alternadamente a cada reunião ou conforme o
supervisor determinar. As crianças ainda recebem material para
estudos durante cada dia da semana, ministrados por seus pais. Esses
estudos também têm o objetivo de edificar os pais.
12.
Nunca devemos formular regras rígidas. Devemos permitir ao Espírito
Santo conduzir os grupos familiares como Lhe apraz.
VIII.
LIDERANÇAS
A
Igreja em grupos familiares conta com lideranças constituídas e
subordinadas à direção da Igreja local. Devem possuir as
qualidades mencionadas na carta de Paulo escrita a Tito 1. 5 a 9. São
escolhidas sempre entre as pessoas que assumiram um compromisso com a
Igreja em grupos familiares.
Líderes. Cada grupo familiar conta com um líder, devidamente
treinado. Coordena as atividades semanais dos seus discípulos de
Cristo sob a sua cobertura ou de multiplicação sendo um
facilitador. O líder tem autoridade delegada através do pastor
presidente para exercer suas funções. É subordinado a um grupo
superior ao qual deverá prestar contas de suas atividades,
participando das reuniões periódicas. Semanalmente recebe o malote
que contém todo o material necessário para a semana. O malote
deverá ser devolvido à secretaria até o final da semana, lacrado e
contendo os envelopes com os dízimos e ofertas, relatórios
preenchidos, cadastramento de membros e observações sobre falta de
material e diversos.
IX. MINISTÉRIOS
DE APOIO
Deverão
ser constituídos ministérios de apoio constituído de Redes
homogêneas. Ministérios propostos:- ·
•
Redes:- Devem
ser constituídas redes homogêneas para alcançar, integrar,
discipular
e enviar para as s pessoas com as mesmas afinidades. Redes que
podem
ser constituídas:- Casais, homens, mulheres, jovens, adolescentes,
crianças,
etc.
•
Ação Social.
Formado pelos diáconos, coordena as doações aos necessitados.
Estes são atendidos através dos grupos familiares onde também são
feitas as coletas. A tesouraria também destina uma parte dos
recursos em espécie.
•
Intercessão -
Ministério dedicado à intercessão durante os cultos de
celebração a favor das pessoas não alcançadas e com problemas.
Visa neutralizar os ataques do "inimigo", pedindo a Deus a
liberação de hostes angelicais.
XI.
PREPARANDO-SE PARA CRESCER
Prepare-se
para ver sua Igreja crescer espiritual e materialmente. Na igreja
convencional apenas um pequeno número de pessoas tem a oportunidade
real de desempenhar e realizar alguma obra. Muitos talentos, dons e
ministérios têm sido desprezados e sufocados por falta de chances
reais. Passa-se toda a vida cristã em treinamentos; ora em "uniões
de treinamento" ora em reuniões de "estudos", "de
planejamentos", mas que nunca são colocados em prática por
causa das "estruturas". Nas Igrejas em grupos familiares
esses talentos, dons e ministérios são desenvolvidos, pois há
oportunidades para todos. Aprende-se na prática os ensinos bíblicos
do dia a dia.
Ninguém
precisa manter-se como um anônimo ou um número estatístico. Nos
grupos pequenos a todos conhecemos e somos de todos conhecidos, sem
as capas e as máscaras. Juntos podemos participar do ideal do
engrandecimento do Reino de Deus, libertando vidas das garras do
"inimigo" para serem colocadas debaixo do Senhorio de Jesus
Cristo.
Ore
muito, revista-se do amor pelas almas não alcançadas e prepare-se
para um grande crescimento.
Observação
Importante – Geralmente na implantação de um programa sério
de crescimento da Igreja, ou melhor, do crescimento do Reino de Deus,
muitos problemas fatalmente vão aparecer, ou aflorar. Não devemos
pensar que foi causado pelo modelo adotado. Ao contrário, o Espírito
Santo estará colocando a nossa casa em ordem e permitindo que
Satanás aponte os erros ocultos da membresia da Igreja. Embora seja
um processo doloroso, é um passo importante na santificação de
vidas e do ministério da Igreja como um todo. Cuidado que os maiores
problemas costumam surgir onde menos se espera.
Ivo
Gomes do Prado – Pastor de área na IPR Vila Ribeiro nos anos 90,
antes da
implantação
do G-12.
BIBLIOGRAFIA
Grupos
Familiares e o Crescimento da Igreja.
Muito
Mais Do Que Números.
Oração
Eficaz
-
David Younggi Cho
Koinoniacé
-
Ed René Kivitz
Estratégias
para o Crescimento da Igreja
-
Peter Wagner
Apostila
Ministério Igrejas em células
Apostila
Seminário para Formação de Líderes
-
Wilson Canto Filho
Apostila
As Células
-
Igreja Holiness de Pompeia.
Manual
do Auxiliar de - Manual do Líder.
O
Ano da Transição.
Apostilas
O Ano da Transição
-
Ralph W. Neighbour Jr.
-
Ministério de Igrejas em células em Curitiba (PR) fone (41)276-8655
– http://www.celulas.com.br/
-
TOUCH Publications Inc.,P. O. Box 19888
Houston,
Texas – USA
A
Igreja do Século XX - A História Que Não Foi Contada
-
John Walker & Outros
-
Worship Produções - Americana (SP) -
Sonha
e Ganharás o Mundo – César Castellanos Domingues
Revistas
Videira – A Revista da Igreja em células –
http://www.videira.org.br